terça-feira, abril 28

Capítulo X - A morte de Outpeet

-Outpeet, não! Anabella saiu desesperada, não se importou com os degraus. Saltou-os e fora disparada em direção à Outpeet. Chegando ao local fitou rapidamente os cinco Krakers que estavam no chão, dos seus corpos saiam uma leve fumaça. Anabella fitou os rostos dos Krakers. Eles não tinham rostos. Estavam totalmente queimados. Anabella não se importou com a forte sena. Ajoelhou-se e puxou bruscamente o rosto de Outpeet em direção ao seu colo.

-Outpeet, fale comigo! Disse Anabella desesperada.

-OUTPEET, EU TE AMO! FALE COMIGO! Disse Anabella com uma voz tremula.

Outpeet estava com um ferimento grave e sangrava muito no lado direito do pescoço, ferimentos de proporção media nos braços, pernas e costas, outro ferimento grave no pulso esquerdo.

-Outpeet, acorde! Lembra do que disse para mim? Für immer! Für immer! Lieble für immer! Para sempre! PARA SEMPRE! AMOR PARA SEMPRE! Não é justo. Não! Outpeet EU TE AMO! EU TE AMOO! Gritou Anabella desesperada.

Outpeet fez um leve movimento com o pescoço para o lado direito. Um movimento cruel, dilacerador. Anabella desesperou-se. Tocou rapidamente no pescoço de Outpeet. Não sentiu pulso. Era o fim. Outpeet estava morto.

-Não. Não! Não! NÃOO! Outpeet! Eu te amo! Não! Disse Anabella desesperada chorando sem parar.

Então Anabella beijou os lábios ensangüentados de Outpeet. Uma áurea rosa no exato momento em que ela o beijou ficou circulando o corpo de Outpeet. Era algo inexplicável. Uma coisa linda, de outro mundo. Pareciam elétrons em volta do átomo. Ficavam circulando, e o rosa ia ficando cada vez mais intenso.

-Você não pode morrer! Eu te amo! Sussurrou Anabella no ouvido de Outpeet.

E novamente o beijou. E no exato momento em que ela o beijou Outpeet deu um longo suspiro.

-Eu sabia! Outpeet! Você não iria morrer! Eu te amo! Disse Anabella emocionada.

E então novamente Anabella beijou Outpeet. Não se importava com os lábios totalmente ensangüentados. O que interessava era que Outpeet estava vivo. Os ferimentos de Outpeet começaram a se fechar magicamente. Anabella começou a gritar o nome de seu pai e instantes depois Edward já estava lá para socorrê-los. Os primeiros socorros foram perfeitos, mas quase não havia o que se fazer. Outpeet estava inconsciente, e seus ferimentos estavam curando magicamente.

Edward fitou Anabella durante longos segundos e perguntou.

-O que você fez? É impossível de um ser - humano regenerar nessa velocidade. Nem com alquimia extremamente avançada um Lorde não consegue fazer reparos tão rápidos.

-Papai, Aliska me disse antes de morrer que eu criaria um vinculo extremo com a pessoa que eu encontrasse na Caverna. Disse-me que algo de inacreditável iria acontecer comigo, e que se eu realmente o amasse iria salvar sua vida, e que eu criaria um poder extremo. O poder do amor.

-Filha, isto é impossível. Você ressuscitou Outpeet e seus ferimentos estão curando com uma velocidade absurda.

-Papai, eu o amo! Não interessa se eu o ressuscitei, se seus ferimentos estão curando mais rápido. O que interessa é que eu o AMO! Eu amo Outpeet. E Outpeet não poderá morrer! Não! NÃO! Gritava Anabella emocionada.

Pai e filha ficaram se fitando durante alguns segundos e então Edward a abraçou e a pediu para que o ajudasse a levar Outpeet para dentro de casa.

Os dois o levaram para aquela cama de casal, com um lençol braço. Parecia um palácio para Outpeet no estado em que estava.

-Filha, deixe Outpeet descansar. Preciso conversar com você.

Pai e filha se sentaram-se à mesa da sala de jantar.

-O que aconteceu hoje lá fora? Como Outpeet matou cinco Krakers? É fisicamente impossível. Perguntou Edward espantado.

-Papai, quando cheguei fora da casa, Outpeet estava completamente dominado pelos Krakers, então eu gritei e Outpeet ficou imóvel. E de repente uma luz azul eletrificada partiu de seu corpo matando instantaneamente os cinco Krakers.

-Onda azul eletrificada? Perguntou Edward com dúvida.

-Sim papai. Afirmou Anabella.

-E depois? Perguntou Edward atencioso.

-Os Krakers caíram mortos no chão e Outpeet caiu inconsciente. Disse Anabella com lágrimas brotando de seus belhos olhos.

-Meu Deus, isto está tomando proporções muito grandes. Outpeet não esta entendendo sobre a lei de conservação de massa. Ele não tem conhecimento sobre seu poder. E daí o usa sobre impulsos sem saber no que resultará. Está agindo sobre emoções. A verdade é que ele tem poder suficiente para destruir exércitos e mais exércitos. Porém Outpeet não aprendeu a controlá-lo ainda. Tenho certeza que Outpeet se tornará invulnerável quando tiver domínio sobre o que há dentro de si.

-Papai, ajude Outpeet, por favor. O ajude!

-O pingente de Klauzklary é a única coisa que pode ajudar Outpeet. Ruffo e Pitter foram atrás dele. Em vinte dias eles irão descobrir o paradeiro do pingente e irão atrás dele. Disse Edward com um ar de felicidade.

-Papai, o que existe naquele pingente?

-Filha, o que existe realmente eu não faço a menor idéia! Graças a Deus não esta nas mãos de Zion, Ruffo me garantiu. Mas Zion está a sua procura. Tenho alguns palpites sobre o assassinato de Leendman e acho que Zion o matou para pegar o pingente.

-Mas se Zion o matou por que não está com o pingente?

-O pingente fora passado para outra pessoa antes que Leendman tivesse seu corpo encantado pela Sempresterioon.

-Que pessoa? Perguntou Anabella aflita.

-Não sei ao certo, mas Ruffo e Pitter foram descobrir quem é.

-Mas por que falaram que iam para a convenção de Alquimia em Tukston City?

-Para que Outpeet não fique sabendo da busca do pingente de Klauzklaray. Não quero que ele fique preocupado e nem crie expectativas. Mas agora não é hora de conversarmos sobre isso. Irei dormir. Com licença. Disse Edward.

Edward deu um beijo na testa de sua filha Anabella e sussurrou em seu ouvido:

-Parabéns.

Anabella levantou-se, tomou um copo d’água e foi para cama.

Outpeet estava suando muito e seus ferimentos estavam quase que fechados. Suas mãos estavam fechadas com força.

-Senhor Outpeet, como é bom vê-lo, novamente nos encontramos em seu subconsciente.

-Senhor X. Respondeu Outpeet com uma voz baixa.

-Outpeet, o que você fez hoje foi algo que você não sabe explicar não é?

-Sim, é verdade. Mas o senhor sabe o que aconteceu?

-Sei Outpeet, sei! Disse o Senhor X com uma voz grossa.

-O que foi que aconteceu?

-O que aconteceu não interessa Outpeet. O que interessa é o que está por vir.

-O que está por vir?

-Outpeet, escute com atenção. Seu poder é capaz de destruir exércitos. Você tem que saber usá-lo, pois poderá voltar contra você.

-Como assim? Perguntou Outpeet curioso.

-Outpeet, você ficou desacordado hoje após sua batalha contra os Krakers pois seu corpo não tinha resistência suficiente para agüentar a carga de poder que sua mente solicitou.

-Estou entendendo. Disse Outpeet atencioso.

-Você deve aprender a administrar seu poder o quanto antes. Zion está a poucos meses de cometer algo horrível. Até lá você, deve treinar. Treine muito, pois um erro no final poderá ser fatal.

-O que o desgraçado do meu pai irá fazer? Perguntou Edward com raiva.

-Não posso entrar em detalhes. Esforce-se ao máximo para conseguir êxito em seu treinamento.

E então Outpeet acordou. Já era manhã. Anabella havia acabado de acordar também. Outpeet não deu conta de se levantar, estava com uma dor extrema nas costelas esquerdas.

-Yaaah. Minhas costelas. Disse Outpeet com ódio.

-Haha, achou que ia se sair ileso? Perguntou Edward com um ar de humor.

-Aaaah, não precisava doer tanto. Disse Outpeet com as mãos nas costelas esquerdas.

-Outpeet, tenho boas noticias. Butcher chegou e está com o livro que você pediu. Disse Edward.