terça-feira, abril 28

Capítulo IX - Krakers

-Outpeet, acorde. Outpeet. Dizia Anabella meio sonolenta. Os dois estavam deitados em uma cama de casal. Haviam passado sua primeira noite juntos.

-Aaah! Anabella! Como é bom estar ao seu lado! Eu te amo! Disse Outpeet com uma voz também sonolenta. Outpeet apoiou-se e beijou Anabella. Os dois se levantaram e foram se trocar para o café.

A mesa estava posta como sempre. O forro branco, pães, sucos e frutas. A casa ainda estava bagunçada pela explosão de Outpeet. Havia rachaduras nas paredes e o quadro que havia caído no chão estava no mesmo lugar. Outpeet pegou o quadro e o fixou na parede. Ficou um tanto torto para o lado direito. Organizou os pratos de exposição que estavam em cima de uma estante de madeira negra. Organizou um tanto errado, e foi se sentar ao lado de Anabella.

-Outpeet, foi uma honra servir ao seu lado! Disse Pitter.

-Outpeet, foi uma honra servir ao seu lado! Disse Ruffo.

-Senhores, obrigado. Disse Outpeet.

-Ruffo e eu estamos indo para Tuskton City. Iremos para uma convenção de alquimia. Voltaremos em vinte dias.

-He he, não estamos com um belo vinho para brindarmos agora, mas estamos com estes deliciosos sucos. Disse Edward sorrindo.

Todos ergueram os copos e os brindaram.

-Outpeet, tome conta da minha filhinha. Ela é meu bem maior. Meu tesouro. Disse Katrina emocionada.

-Senhora, é uma honra estar ao lado de sua filha.

E então todos recolheram os copos e beberam seus sucos. Um brinde irônico.

Acabando a refeição Ruffo e Pitter foram se despedir da família Klauzer e de Outpeet.

-Edward, obrigado pela hospitalidade. Ontem à noite eu e Pitter encantamos uma barreira defensiva ao redor de toda propriedade. O lago também está seguro. Não aconselho que saiam do encantamento. Avistei dois Krakers ao topo da montanha. Acho que estão atrás de algo.

-Krakers? Perguntou Outpeet.

-Outpeet, Krakers são almas possuídas por Zion que se materializam em forma de demônios asquerosos, corcundas, monstros sem piedade. Disse Ruffo cabisbaixo.

-Meu PAI! Desgraçado! Disse Outpeet.

-Outpeet, acalme-se. Existem tantas atrocidades que seu pai cometeu que você desconhece. Você é um jovem de vinte anos. Irá aprender muito. O tempo é seu amigo mais sábio. Disse Pitter sorrindo.

-Adeus Senhores. Adeus Katrina. Adeus Anabella. Disse Ruffo.

-Adeus Senhores. Adeus Katrina. Adeus Anabella. Disse Pitter.

Os homens abriram a porta, cruzaram o portal, deram três passos, desceram a sacada e foram andando para o Sul. E de repente sumiram de vista.

A nova família ficou olhando durante alguns segundos para o local onde os alquimistas se desmaterializaram. Deram as costas e voltaram para a mesa. Outpeet ficou inquieto. Katrina estava retirando o café da mesa junto com Anabella e Outpeet ficava andando para frente e para trás. Mas o que ele tinha? De minuto em minuto ficava olhando entre a janela em direção à montanha. Outpeet havia visto algo de diferente?

-Outpeet, você está bem? Perguntou Edward.

-Senhor, não. Estou com um pressentimento ruim.

-O que é Outpeet? Perguntou Katrina curiosa.

-Não sei, realmente não sei. Acho que são os Krakers que Ruffo falou. De algum modo minha tranqüilidade acabou.

-Outpeet, acalme-se. Existe uma barreira em torno de nossa propriedade. Nada irá nos acontecer. Disse Edward um pouco inquieto.

Outpeet acalmou-se. Os dois senhores passaram o dia conversando sobre alquimia básica e avançada. Edward lhe entregou um livro de alquimia básica. Outpeet passou lendo o livro, atentamente. Jantaram e foram dormir.

-Aaaaaaah...

-Nooooo...

-Aaaahh!...

-Yaaaah!

-Nooo!

Gritos horrendos de dor, assustadores e horripilantes invadiram a mente de Outpeet. Acordou assustado. Não eram gritos imaginários. Vinham de fora da casa. Outpeet deu um salto da cama, não se preocupou em vestir uma roupa apropriada. Abriu a porta da casa com violência e com uma lamparina em sua mão pode avistar não tão longe dali uma coisa se debatendo no chão, os gritos ficavam cada vez mais agudos. Outpeet foi se aproximando com cuidado. Cada passo fora calculado até chegar ao local de onde partiram os gritos. Era um monstro com pele áspera, corcunda com dentes podres, orelhas deformadas e unhas mal cortadas. Enquadrava-se na descrição de Ruffo. Era um Kraker.

Outpeet ficou lado a lado com o demônio. O fitou por cerca de cinco vezes. O monstro debatia-se com os olhos fechados. De repente o Kraker parou de se debater, abriu os olhos. Olhos negros que não possuíam vida. Pérolas do inferno. Voou em direção ao pescoço de Outpeet, o agarrou com força e começou a mordê-lo sem piedade. Mais quatro Krakers que estavam escondidos saíram e foram ao ataque de Outpeet.

Fora uma luta silenciosa. Outpeet tentava libertar-se dos Krakers, mas era inútil.

-Out, NÃO! Gritou Anabella desesperada.

Outpeet após ouvir a voz de Anabella parou de reagir. Os Kraker’s continuaram a atacá-lo. De repente uma onda azul eletrificada partiu de dentro de Outpeet. Os Kraker’s ficaram imobilizados por um instante e logo após caíram no chão. Estavam mortos. E Outpeet novamente estava inconsciente.


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