sexta-feira, abril 3

Capítulo III - A Profecia

Outpeet estava em um local negro, uma sala obscura, com tijolos sujos e janelas enferrujadas. Deparava-se com duas poltronas, a que estava sentado e outra ocupada por alguém que não podia identificar.

- O que você quer? Disse Outpeet aflito.

-Eu quero PODER! Disse o desconhecido.

-Por que precisa de mim?

-Onde está o pingente?

-Que pingente? Perguntou Outpeet sem imaginar do que se tratava.

O homem que estava fardado com uma roupa preta e com uma máscara brilhante levantou-se e aproximou-se de Outpeet. Os olhos de Outpeet lacrimejaram de medo. O que aquele ser identificável iria fazer?

O homem retirou sua mão de dentro do bolso do sobretudo preto, e a encostou na testa de Outpeet. Era uma mão dotada de uma textura áspera, uma mão asquerosa. Parecia que havia sofrido queimaduras graves. Ao entrar em contato com a testa de Outpeet, pode-se ouvir um urro desesperado e horrendo solto por Outpeet que acordou totalmente suado e com uma forte dor de cabeça.

Aparecera na hora uma dúvida. O que acabara de acontecer, seria um fato ou apenas um sonho? Outpeet analisou suas mãos e aparentavam estar normais. Procurou olhar seus olhos no reflexo da água purpurina, que nascia na caverna e não avistou manchas roxas em seus olhos. Então o que teria acontecido? Não havia sido manipulado por nenhuma arte negra. Foi apenas um sonho ruim? Ou teria acontecido tudo realmente?
Outpeet bebeu água, comeu alguns pedaços de pão que havia pegado no castelo e fora cochilar.

Cochilou sobre um sono leve, sonhara com sua Condessa Lina preparando para mais um baile. Estava linda, divina. Um vestido roxo, que refletia as cores mais lindas do mundo, em perfeita sincronia com seu cabelo preto, que brilhava como nunca e suas pulseiras que refletiam a luz da grandeza. E assim teve um momento de paz.

-Senhor!

-Senhor?

-Senhor?!

Outpeet ouvira de bem longe o chamado e acordara assustado e se deparou com uma bela camponesa.

-Quem é você? Perguntou Outpeet extremamente assustado.

-Senhor me desculpe, meu nome é Anabella Klauzer. Eu moro ao sul da caverna. Essa caverna é nossa fonte de água. Três vezes por semana venho por aqui buscar água para meus pais.

-Você mora em qual tribo? Perguntou Outpeet um pouco mais calmo.

-Nossa tribo se chama Dastroker. Respondeu Anabella.

-Hum, já ouvi falar dela. Grandes alquimistas nasceram lá.

-O meu avô é um alquimista.

-Como? Seu avô é um alquimista?

-Sim senhor!

-Vamos, eu irei te ajudar com essa água, preciso falar com seu avô. Disse Outpeet.

-Obrigada, vamos então. Respondeu Anabella sorridente.

Anabella entregou a Outpeet dois baldes de água e foram encher os outros. Outpeet pegou os baldes e a seguiu. Completando os baldes, saíram da caverna e tomaram a estrada em direção à tribo Dastroker.

Chegado à tribo, todos os moradores estranharam a presença de Outpeet. Alguns ficaram o fitando, outros fecharam seus comércios e casas, mas ele não se importou.

-Onde você mora Anabella? Perguntou Outpeet um pouco curioso.

-Já estamos chegando senhor Outpeet, eu moro próxima do lago Troker.

-Por favor, nada de senhor. Lago Troker? Eu já ouvi falar deste lugar. Retrucou Outpeet.

-Bem, o lago ficou muito conhecido após uma jovem menina ser assassinada por um monge alquimista que habitava o centro de alquimia de Dastroker.

-È verdade, acabei de me lembrar. Disse Outpeet.

-Ela era minha irmã. Respondeu Anabella.

Os olhos de Anabella se encheram de lágrimas. Seus braços bambearam e os dois tiveram que fazer uma pausa para que Anabella recompor-se.

-Me desculpe Anabella, eu não tinha intenção de relembrar esta tua mágoa.

-Não, tudo bem. Já faz muito tempo, já está mais do que na hora de esquecer o passado. Vamos Out, já estamos chegando.

-Tudo bem, vamos.

Os dois foram andando mais algumas quadras até chegarem às proximidades do lago Troker. Outpeet avistou uma casinha na outra margem do lago,era a casa de Anabella.

-É lá que você mora? Perguntou Outpeet.

-Sim. Disse Anabella com um ar de humor.

Os dois foram caminhando até chegar a casa até que Outpeet perguntou:

-Mas por que vocês não bebem a água do lago?

-Bem, desde que minha...

Anabella suspirou profundamente e continuou.

-Desde que minha irmã foi assassinada no lago, a água ficou impura, peixes foram extintos e a água ficou imprópria para consumo.

Outpeet pensou em respondê-la, mas nada falou.

-Bem chegamos senhor Outpeet. Digo Outpeet.

Os dois entraram na casa, muito bem decorada. Moveis roxos, limpos, nada de poeira, uma casa bem bonita.

-Sua casa é bem bonita. Disse Outpeet analisando a mobília.

-A única coisa que minha mãe sabe fazer depois que minha irmã partiu é arrumar a casa. Vamos, meu pai está me esperando na cozinha.

Os dois passaram por outra sala, muito bem organizada; Uma sala de jantar nobre, madeiras que só poderiam ser encontradas ao leste da Ásia.

-Pai, este e Outpeet, eu o encontrei dormindo na caverna.

-Senhor, meu nome é Outpeet Skaltraz, servi ao lado da Condessa Lina Klauzklary.

-Serviu ao lado da Condessa Lina? Perguntou Edward Klauzer.

-Sim senhor. Respondeu Outpeet.

-Bem, será um prazer hospedá-lo em minha humilde casa. Disse Edward fitando Outpeet.

-Muito obrigado senhor?

-Ah sim, me desculpe. Edward Klauzer.

-Muito prazer. Disse Outpeet.

-Anabella, providencie um banho e uma refeição para nosso hospede. Disse Edward.

-Senhor, agora não será preciso. Na verdade eu gostaria muito de conversar um assunto com o senhor.

-Diga.

-Senhor, eu gostaria de conversar com o avô de Anabella, para ser mais especifico com um Alquimista.

-Filho, o avô de Anabella está preso, ficou louco. Teve uma dose excessiva de contato com a Alquimia e não respeitou as leis da alquimia. Mas sou um alquimista, diga o que precisas.

-Senhor, é sobre a Sempresterioon.

-O que você sabe sobre a Sempresterioon?

-Nada mais do que o necessário. É que acho que fui possuído.

-Meu Deus, pode ser grave. O que aconteceu?

-Bem nessa noite, eu tive um sonho muito diferente, e senti que tive minha mente manipulada e invadida. Estou preocupado com os danos que poderão vir.

-Meu filho, vamos rápido para meu laboratório, irei convocar mais dois Monges-Alquimistas para selarmos seu corpo contra a Sempresterioon.

Os dois alquimistas chegaram e começaram a criar o selo de Bastkealz no chão. Duas horas se passaram para que ele ficasse completo.

-Chegou a hora filho, vamos selá-lo. Disse Edward apreensivo.

-Senhor, eu não tenho certeza se fui corrompido.

-Filho, estou esperando por esse momento há duas décadas. Você é a pessoa que meu pai, Salaztrer Klauzer falou que viria. Iremos te selar rapidamente. Uma profecia! Você seria encontrado na caverna, e que procuraria por um alquimista.

Os Alquimistas ficaram ao redor da Bastkealz e Outpeet se deitou no centro da estrela. Os Monges-Alquimistas começaram a ditar palavras incompreensíveis,e o desenho que se formou no chão foi se desfazendo,levitando, e se aproximando do corpo de Outpeet, até se decompor, sobre a testa de Outpeet.

-Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

Um grito desesperado foi o único som que pode se ouvir. E em seguida o silêncio reinou.

-Senhores, a mensagem que meu pai havia me passado acaba de confirmar. A profecia estará prestes a se iniciar. Disse Edward para os dois Monges-Alquimistas.








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