sexta-feira, abril 3

Capítulo IV - Uma ajuda inesperada

-Senhores, a profecia que tanto foi falada irá acontecer. A maldição de Tifera será terminada. As próximas gerações poderão viver em paz. Disse Edward aos Monges-Alquimistas.

-Mas Senhor, e sobre o que acontecerá no segundo milênio? Pergunta Pitter Austwar um dos dois sábios Monges-Alquimistas, com barba branca e cabelos albinos.

-Pitter, agora não é hora de conversarmos sobre isso. Na hora certa definiremos todos os detalhes. Retrucou Edward.

-Senhores, não podemos perder tempo. O exercito de Tifera poderá atacar a qualquer momento. Disse Edward.

-Pitter, fico grato com sua preocupação. Outpeet acha que foi apenas o mordomo da Condessa, acha que é filho de pobres camponeses que moravam ao Norte do Condado. Disse Edward.

-Por quanto tempo? Disse o outro homem que permanecia calado durante a conversa. Era Ruffo Lionel. Um dos maiores alquimistas da atualidade. Ele estava com uma aparência diferente, parecia estar cansado de algo, seus olhos estavam amarelados e sua roupa estava levemente suja.

-Até que ele tenha uma melhora. O Selo usou muito da sua energia ectoplásmicaele está desidratado e sem qualquer tipo de forças.

-Entendo... Mas qual será a reação dele ao descobrir sua verdadeira identidade?


Perguntou Ruffo entusiasmado.

-Não sei, mas acho que não será das melhores. Disse Edward com um sorriso no rosto.

A porta da sala aonde os três nobres alquimistas se abriu. Era Anabella trazendo uma jarra avermelhada e três copos.

-Filha, muito bem! Gim nessas horas será muito bem vindo. Disse Edward.

-E verdade, Gim de Tines? Perguntou Ruffo entusiasmado.

-Sim, é um lote de trinta anos atrás fundido com um de quinze anos. Respondeu Anabella.

Anabella retirou a rolha da jarra e serviu os três copos e os entregou aos nobres homens.

-Hum, divino, espetacular. A fragância esta perfeita. Disse Pitter admirando seu copo.

-Realmente, divino. Confirmou Ruffo.

Edward levantou-se e disse:

-Senhores?

Os outros dois nobres Alquimista se levantaram e brindaram os copos.

-A Alquimia! Disse Edward entusiasmado.

-A Alquimia! Disseram os outros dois homens em coro.

-A Profecia! Disse Edward olhando para o lago.

-A Profecia! Responderam os alquimistas.

-Anabella, obrigado pode se retirar. Disse Edward.

-Com licença papai.

Anabella pegou a garrafa de Gim, cruzou o portal e fechou a porta, silenciosamente.

-Senhores, quero que passem a noite em meus aposentos caso haja algum imprevisto, estarão de prontidão. Disse Edward atento.

-Entendo. Disse Pitter passando a mão em sua longa e branca barba.

-Será um prazer servir em favor da profecia. Disse Ruffo hesitar.

-Até. Disse Pitter.

-Até. Disse Ruffo.

Edward se levantou da cadeira de madeira nobre, cheia de estampas e fora dormir. Chegando ao seu quarto deparou-se com sua mulher chorando desesperada em cima de sua cama. Lágrimas dolorosas, suas mãos pareciam estar atrofiando.

-Querida? Perguntou Edward com um ar de dúvida.

- Querida!

A Mulher começou a entrar em estado de choque, batia fortemente na cama e começara a sair sangue em vez de lágrimas.

-Não querida! Gritava Edward.

-Não!

Edward começou a berrar os nomes de Ruffo e Pitter.

-Ruffo!

-Pitter!

-Me ajudem!

Os dois Alquimistas vieram correndo e arrebentaram a porta do quarto.

-Edward?

-Por favor, irmãos me ajudem. Ela esta partindo.

Edward começou a segurar as mãos de Katrina com muita força, enquanto Pitter segurava os pés e Ruffo a analisava. Ruffo começou a apalpar o rosto rapidamente, olhara as pupilas, a condição das mãos, os sintomas, o comportamento. Tudo.

-Edward, não podemos fazer nada. Disse Ruffo com um ar de desesperança.

-Não, NÃO!NÃO! Ela não pode partir Ruffo, salve-a. Me ajude. Gritava Edward.

-Caro amigo, era o que temia. A Maldição que fora jogada ao tentar salvar sua filha chegou a um estado critico. Não podemos fazer nada.

-Eu posso.

Os três homens olharam para a porta e viram Outpeet, pálido, escorado sobre a parede, com dificuldades de andar.

-Outpeet, saia daqui logo! Você não tem condições nem de andar. Disse Ruffo.

-Saia da minha frente, eu posso salva-la. Disse Outpeet com a voz rouca.

-Não, você não pode. Disse Ruffo indo para frente de Outpeet e o lhe impedindo de passar.

-SAIA DA MINHA FRENTE! Gritou Outpeet.

-Não! Disse Ruffo arrogantemente.

Outpeet fez um movimento com os dedos e atirou Ruffo contra a parede, criando um forte impacto que rachara a parede e estourara os vidros.

-Saiam, deixem comigo. Disse Outpeet.

Edward e Pitter soltaram o corpo de Katrina e foram para trás de Outpeet. Ele segurou as mãos de Katrina, e quando fixou seus olhos nos olhos dela, ela começou a gritar e a tentar se debater na cama.

Eram gritos de horror, ela estava apavorada, que acordaram Anabella.

Outpeet olhou com mais intensidade nos olhos de Katrina, até ela parar de se debater e desmaiar. O mesmo aconteceu consigo, soltou as mãos de Katrina e veio em queda-livre ao chão. Sua cabeça só não teve um choque com o chão, pois Edward estava atrás dele, e o segurou.

Tudo ocorrera bem depois do incidente. Katrina acordou dez minutos após seu contato com Outpeet, já ele não conseguira se recuperar com a mesma rapidez. Outpeet ainda ficaria inconsciente durante três longos dias.


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