segunda-feira, abril 6

Capítulo V - O Senhor X

-Outpeet? Outpeet! Chamava Anabella preocupada. Ela que cuidara de Outpeet durante os três dias. Dias infernais, com muita febre, convulsões, vômitos e alucinações.

-Anabella, ele ainda não tem forças para voltar! Disse Ruffo analisando o corpo de Outpeet que estava deitado sobre uma cama, com um lençol, sujo, amarronzado.

-Papai, demorará muito para que Outpeet retorne? Perguntou Anabella.

-Filha, realmente não sei. Ninguém sabe o que ele está passando nesse momento.

...

Outpeet estava numa sala escura, aonde não conseguia ver suas próprias mãos. A única coisa que conseguia identificar era um barulho, passos. Outpeet tentou falar, porem sua voz não veio, apenas sentiu seu pensamento tentando e tentando falar.

-Senhor Outpeet, prazer. Não irei me identificar, mas tenho assuntos a conversar com o senhor. Disse a voz grossa e rouca.

Outpeet tentou mais uma vez falar, e desta vez suas cordas vocais funcionaram.

-Eu não irei ficar apavorado, não sei onde estou e não sei quem és. O que quer comigo? Perguntou Outpeet com sua cabeça abaixada.

-Senhor Outpeet, digamos que eu gostaria de passar uma informação valiosa.

-A que preço? Perguntou Outpeet.

-Eu não quero nada do Senhor, se eu quisesse já teria pegado.

-Bem, que informação é essa, senhor? Perguntou Outpeet.

-Existem algumas ligações entre você, Condessa Lina Klauzklary e Leendman.

-Que ligações? Perguntou Outpeet novamente.

-O Senhor se lembra do envelope que Lina Klauzklary lhe entregou? Em forma de missão para entregar ao Senhor Leendman?

-Sim, ela me pediu para entregá-lo ao senhor Leendman como se eu estivesse o protegendo como minha vida. Eu deveria entregá-lo nas mãos de Leendman dentro de seu reino e só ele poderia ver. Mas o que tem aquele envelope?

-O Senhor o abriu? Perguntou o senhor “X”.

-Não, de forma alguma. Jurei lealdade à minha senhora desde que comecei a trabalhar para ela.

-Senhor Outpeet, aquele pedaço de papel pequeno, guardava uma peça minúscula e valiosíssima. Algo de preço inestimável, algo que daria ao mundo uma chance de respirar.

-Mas então o que era? Fiquei em contato com o envelope o tempo todo, não senti nenhum objeto nele. Seriam diamantes? Esferas colossais de grandes Alquimistas? Rubis negras que brilhavam como o fogo do inferno?Diga-me.

-Senhor Outpeet, não era um objeto de valor em dinheiro ou bens, e sim de valor para a humanidade. Algo que se cair em mãos erradas poderá causar a destruição da terra.

-Meu Deus. O que era? Perguntou Outpeet.

-Era o pingente de Klauzklary.

-Pingente de Klauzklary? Perguntou Outpeet confuso.

-Sim, era o pingente da Condessa Lina Klauzklary.

-O que continha nele? Pergunta Outpeet ainda confuso.

-Informações muito preciosas, para você.

-Para mim? O que aquele pingente contém?

-Outpeet, não posso dar mais nem um detalhe. Apenas posso lhe dizer que aquele pingente poderá ajudar a traçar outro destino para toda humanidade.

-Traçar outro destino para a humanidade em qual sentido? Pergunta Outpeet.

-Paz.

-Paz? Perguntou Outpeet curioso.

-Sim, Outpeet. Paz. Com este pingente a paz poderá reinar no mundo. Porém se cair em mãos erradas poderá gerar uma desgraça ,que como te falei, destruirá a humanidade.

-Senhor, onde o pingente está?

-Out, não posso lhe informar. Mas quando retornar ao mundo algumas pistas aparecerão, e você terá a chance de encontrá-lo.

-Retornar ao mundo? Onde estou? Pergunta Outpeet confuso.

-Digamos que dentro de seu inconsciente.

-Meu inconsciente? Então isso aqui não é real? É apenas um sonho?

-Quem disse que não é real. Já me vou Out, espero que tenha êxito nos próximos episódios de sua vida.

-Espere, fale mais sobre o pingente.

-Adeus Outpeet, foi uma honra estar ao seu lado.

Passos foram ouvidos e uma luz muito forte cobriu a escuridão que estava no local. Nada era visto apenas um forte clarão. Então Outpeet acordou.

...

-Pai, papai. Ele acordou. Disse Anabella com um sorriso no rosto.

Os três homens que estavam de fora da casa vieram correndo para o quarto onde Outpeet estava alojado e foram o examinar.

-Outpeet, antes de qualquer coisa gostaria de agradecer-te pelo que fez por minha esposa. Disse Edward emocionado.

Após dizer isto, Katrina abriu a porta do quarto, foi até Outpeet e deu um beijo em sua testa e sussurrou em seu ouvido:

-Obrigada.

-Senhores, vamos deixá-lo descansar. Minhas análises constam que ele ainda está fraco, gastará algumas horas ainda para se recompor. Disse Pitter olhando para os olhos de Outpeet.

-Vou preparar uma sopa para Outpeet. Disse Anabella entusiasmada.

-Seria muito bom. Disse Katrina.

-Bem vamos todos deixá-lo descansar agora. Disse Ruffo andando em direção à porta.

-Espere, preciso falar com Edward em particular. Disse Outpeet com uma voz fraca.

-Tudo bem. Respondeu Edward.

Todos saíram da sala e Outpeet perguntou.

-Senhor, estava conversando com uma pessoa agora, em meu inconsciente. Não consegui identificá-la. Mas ela falou sobre o pingente de Klauzklary.

-O pingente? Perguntou Edward.

-Sim.

-Bem, Outpeet. Agora não é uma boa hora para conversarmos sobre isto. Vamos esperar que se recupere. Na hora certa você saberá de tudo.

Edward abriu a porta e retirou-se.

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